Você já percebeu que cada pessoa tem mais aptidão para aprender determinadas coisas que outras? Uns têm mais facilidade para a área de exatas, outros para humanas, outros para biológicas e até para área da Saúde. Cada indivíduo busca exercitar suas habilidades ou talentos de forma e jeito que seu espírito adquiriu em existências passadas.

Dessa forma, é fácil entender isso nos dias de hoje, pois existem diversos tipos de inteligência. Como dito por Einstein: “Não se pode medir a inteligência de um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore.” Isto é, cada um tem a sua inteligência. Uns têm uma boa capacidade corporal podendo dançar de tudo, uns são artistas, outros matemáticos, biólogos, psicólogos, etc., ou seja, existem diversos tipos de gostos.

A pessoa da área de exatas, geralmente prefere sua mesa de trabalho limpa, achando que se organiza melhor no trabalho dessa forma. Já uma pessoa artística, prefere um outro tipo de organização, que para a pessoa de exatas pode ser entendido como “desorganização”, mas para ela tudo está em seu devido lugar, ela encontra o que ela precisa alí, pois em sua mente está organizada.

Então, porque isso é tão claro pra nós desse jeito, mas entender que cada um tem um ponto de vista e uma maneira de seguir sua vida, é tão difícil? Por que há tanta briga de quem está certo ou errado em relacionamentos? Dentro das casas? Entre irmãos? Você tolera sua família? Tolera seus colegas de trabalho? As pessoas no trânsito? Por que isso é tão difícil? Por que é tão difícil tolerar a convivência com outras pessoas?

Se todos fossemos iguais como uma máquina, faríamos tudo igual. Pensáriamos igual, agiriamos igual. Mas Deus não quis que fosse assim. Ele quis que adquirissemos a nossa própria perfeição, relativa a ele mantendo uma individualidade. Mesmo sendo relativamente perfeitos, cada um tem o seu jeito e seu progresso.

Entender esse processo é também compreender que ninguém é igual a você e você não é o único certo na situação. Não é porque pra você deu certo que para todos os outros vão dar, pois a vida é muito mais do que dinheiro, por exemplo. Na vida também temos que pensar na saúde, alegria, calma, indulgência, além de conviver com o lado emocional que nos tira um pouco da razão das coisas.

E estando estressados, perdemos mais da metade dessa convivência achando que não somos aceitos no grupo que estamos inserimos ou que deveríamos ser de outra forma e etc. Entrando até em depressão, por não encontrar nosso lugar.

Todos queremos ser respeitados, mas também devemos respeitar. Há dois mil anos, Jesus nos trouxe um ensinamento sobre isso, dizendo:
“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, mas não percebe a viga que está no seu próprio olho? Ou como pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, enquanto há uma viga no seu próprio? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu próprio olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.”

A tolerância é uma lição diária. Um ensinamento de humildade e compaixão. Uma lição de Amor que Jesus nos trouxe.

Um guru indu chamado Sadguru uma vez disse:
“Seu nariz está a poucos centímetros acima da boca. Suponha que você não escove os dentes por 3 dias. Ainda que seu nariz esteja a poucos centímetros da boca, ele não sentirá que você não escovou os dentes. A sala toda saberá, mas você não. Esse é o dilema dos humanos. É muito fácil ver o que há de errado com essa pessoa ou outra, mas precisa de muita observação para ver o que há de errado com a gente.”

Da mesma forma que queremos que tenham compaixão de nós quando erramos, tenhamos compaixão dos erros dos outros.

Para concluir, tolerar não é ser conivente. Quem tolera um desequilíbrio, aprova a desarmonia. Mas quem usa somente da justiça sem amor, também não resolve o problema. Busquemos o equilíbrio em nossas atitudes. E tenhamos sempre o amor e Deus como guia para nos ajudar em nossas atividades.